O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão em regime fechado, em um julgamento considerado histórico para a democracia brasileira. A decisão veio após a análise das acusações de que Bolsonaro teria articulado e incentivado uma tentativa de golpe de Estado, logo após sua derrota nas eleições de 2022.
Entre os crimes apontados pela Corte estão: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e deterioração de patrimônio tombado durante os atos golpistas de janeiro de 2023. Além da pena de prisão, também foi aplicada uma multa financeira.
Apesar da condenação, Bolsonaro segue em prisão domiciliar monitorado por tornozeleira eletrônica, já que a decisão ainda permite recursos. Ou seja, o processo ainda não transitou em julgado, e a defesa deve tentar reduzir a pena ou até anular parte do julgamento.
Outros nomes importantes de sua base política e militar também foram condenados, como Walter Braga Netto, Augusto Heleno, Anderson Torres e Alexandre Ramagem, todos acusados de integrar o núcleo central da tentativa de ruptura institucional. Já o ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, recebeu pena reduzida por colaborar com as investigações.
O caso tem grande impacto político e econômico. Bolsonaro já estava inelegível desde 2023, mas a condenação reforça sua exclusão definitiva das próximas eleições. Além disso, o episódio traz repercussões no mercado, já que investidores avaliam os riscos de instabilidade institucional e os efeitos dessa decisão no cenário político do Brasil.
A condenação é vista por muitos como um marco de fortalecimento das instituições democráticas, mostrando que nenhum agente público está acima da lei. Ao mesmo tempo, abre espaço para um novo ciclo de disputas políticas e incertezas sobre o futuro da direita no país.